"Como seriam venturosos os agricultores, se conhecessem / os seus bens!"

"A agricultura é a arte de saber esperar."Douglas Alves Bento

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Fumageiras desmancham setor, denuncia FETAG-RS



FOTO: FETAG-RS

A Comissão Estadual do Fumo da FETAG-RS esteve reunida hoje (26), na sede da Federação, em Porto Alegre, para avaliar os rumos da comercialização da safra 2014/2015. A Região Sul do Estado ainda apresenta 30% da safra plantada e pouco mais de 10% comercializado. O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, lembra que a representação dos produtores conseguiu assinar o protocolo apenas com a Souza Cruz, a Philip Morris e a CTA (CTA Continental Tobaccos Alliance), o que causou bastante apreensão com as demais fumageiras.   “Elas não adotaram tabela única e estão pagando diferentemente de anos anteriores. Com tabela diferenciada, remuneram melhor as classes “B” e “T”, em detrimento das demais, que recebem pela tabela da safra passada. As indústrias estão desmanchando o setor, que antes discutia e encontrava o caminho para a solução de seus problemas”, lamenta.   Em função desse contexto, Joel explica que a Comissão da FETAG-RS decidiu iniciar uma nova estratégia de ação, que vai começar pelos municípios, trabalhando ao lado do produtor, no sentido de que ele tenha a compreensão de que plante somente aquilo que disponha de mão de obra e lenha na propriedade. “Vamos reduzir o tamanho da safra, pois hoje existe um excedente de tabaco cultivado. Não podemos permitir que as indústrias orientem o fumicultor a plantar em demasia, pois logo em seguida ela vai arrochar na classificação e desta forma terminar com qualquer possibilidade de ganho. Chegou o momento do produtor enxergar que reduzindo a área plantada poderá até mesmo ganhar mais, através do incremento da rentabilidade”, justifica.   A Comissão vai propor às demais entidades representativas dos produtores dos três estados e Afubra uma visita no dia 5 de março às indústrias, em Santa Cruz do Sul, que não assinaram o protocolo. “A intenção é discutir todas as questões que preocupam o segmento e, ainda, cobrar o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que as indústrias assinaram com o Ministério Público, onde consta que, pelo menos, o custo de produção deve ser repassado aos agricultores, entre outras obrigações, o que sequer vem ocorrendo. Caso o descumprimento persista, essas empresas poderão ser denunciadas ao MP”, adverte.   No dia 7 de março, a Comissão do Fumo vai trabalhar uma programação para iniciar na segunda quinzena do mês, um acompanhamento nas esteiras da venda do fumo. Joel adianta que caso todas essas ações não apresentem os resultados esperados, no final de março, durante a assembleia geral da FETAG-RS, poderão ser decididas ações mais fortes nas portas das fumageiras.   Já nos dias 28 e 29 de maio deverá ocorrer um seminário para debater a cadeia fumageira no Rio Grande do Sul. Caso as Federações de Santa Catarina e do Paraná manifestem interesse em participar, o evento será em âmbito interestadual. A intenção é trazer as representações dos produtores, Federações, Afubra, Sinditabaco,  Associação Internacional dos Produtores de Tabaco, Associação dos Prefeitos em Defesa do Tabaco, bem como entidades oficiais. “Precisamos discutir a cadeia como um todo, qual o tamanho da safra, a mecanização das lavouras e a políticas das empresas, bem como a relação entre a representação dos produtores e indústrias para que possamos trabalhar com êxito e respeito”, completa.
FONTE: Assessoria de Imprensa FETAG-RS

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