"Como seriam venturosos os agricultores, se conhecessem / os seus bens!"

"A agricultura é a arte de saber esperar."Douglas Alves Bento

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Análise de conjuntura indica os desafios para os(as) assalariados(as) rurais no atual cenário político


 
A tomada do poder executivo por um grupo que defende os valores do neoliberalismo do estado mínimo e das políticas de austeridade têm trazido consequências terríveis para a sociedade brasileira já em seus primeiros meses de atuação. O governo Temer, com o apoio de um Congresso Nacional retrógrado, tem tomado medidas que agravam a crise econômica que afeta o Brasil graças a fatores internacionais como a queda do preço das commodities e a diminuição das importações, desde 2014. 
 
Sem considerar diversas maneiras de aliviar o déficit e estimular  o crescimento da economia – como taxar grandes fortunas e setores da economia como a indústria de agrotóxicos, combater a corrupção e a sonegação de impostos, propor a reavaliação de gastos dos poderes Legislativo e Judiciário – o governo federal propõe a PEC 55, que congela os investimentos em saúde, educação e outras políticas básicas (que tem o objetivo de garantir dinheiro para o pagamento de juros da dívida pública) e a Reforma da Previdência, que vai prejudicar todos os trabalhadores(as) brasileiros, especialmente os rurais.
 
Essas são algumas das conclusões das análises de conjuntura realizadas hoje pelos participantes da abertura do II Seminário dos Assalariados e Assalariadas Rurais que reunirá, até sexta-feira(9), cerca de 150 dirigentes sindicais de 23 estados no auditório da CONTAG para debater temas como o combate ao trabalho escravo, a informalidade, a terceirização e a manutenção dos direitos dos trabalhadores. A abertura contou com representantes da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Comissão Nacional de Combate ao Trabalho Escravo (Conatrae), o coordenador da regional da UITA, Gerado Iglesias, e também da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (CONTAR).
Para o presidente da CONTAG, Alberto Broch, este seminário é uma importante oportunidade de fortalecer o trabalho conjunto das confederações das duas categorias – assalariados(as) rurais e agricultores(as) familiares – que por 53 anos lutaram juntos e conquistaram diversos avanços para a dignidade do homem e da mulher do campo. “A atual conjuntura política é perversa e o trabalho conjunto será fundamental para resistirmos a essa onda de retrocessos. Não vamos tolerar a perda de direitos e seguiremos juntos lutando para avançar cada vez mais em todas as áreas nas quais ainda precisamos melhorar”, afirmou Broch.
 
O presidente da CONTAR, Antônio Lucas, acredita que a luta deve ser fortalecida na base, com a formação política e de consciência necessária para mudar a realidade de quem é escolhido para as Câmaras de Vereadores, de Deputados estaduais e também para o Congresso Nacional, além do Poder Executivo. Ele reforçou a necessidade da atuação conjunta de todo o movimento sindical, não apenas rural, mas também te outras categorias, pois a atuação do atual governo ameaça a todos os(as) trabalhadores(as). A representante da OIT, Larissa Lamera, apontou a importância da parceria entre a CONTAG e a OIT, além da atuação do MSTTR com o canal de denúncia de trabalho escravo, hoje inserido no site da CONTAG.
 
Para o secretário de Assalariados e Assalariadas Rurais da CONTAG, Elias D’Ângelo Borges, desde 2015 já é possível perceber como as negociações trabalhistas estão cada vez mais difíceis, em consequência da crise econômica que afeta o Brasil. “O Movimento Sindical tem trabalhar em um contexto político que não tem interesse em investir em educação porque favorece a muitos empresários ter trabalhadores analfabetos que precisam se submeter a condições indignas de trabalho. Não é interesse do atual Congresso Nacional fortalecera saúde pública, porque a maioria eles representam os interesses de planos de saúde. Querem enfraquecer os movimentos sindicais, para não haver uma representação de qualidade. Querem criminalizar aqueles que lutam por seus direitos e se manifestam contrariamente ao que está sendo imposto. Os desafios são grandes e temos que manter a cabeça erguida”, afirmou Elias.
 
A análise de conjuntura foi realizada pelo representante do Dieese Max Leno de Almeida, que apresentou o histórico de crescimento e diminuição do Produto Interno Bruto (PIB), das taxas de inflação e apresentou todas as consequências das atuais propostas apresentadas ao Congresso Nacional como a PEC 55 e a Reforma da Previdência. Para o pesquisador, o mundo inteiro assiste a uma guinada para a direita, em um fortalecimento mundial de tendências retrógradas como o racismo, a xenofobia, o preconceito. “Além disso, internamente enfrentamos um Congresso nacional adverso, com alto grau de fisiologismo. Precisamos atuar em conjunto com diversos atores sociais, porque a resistência precisa estar forte e unida”, afirmou. 
 
 
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Lívia Barreto

Fetraece realiza 1º Seminário Estadual sobre Sementes Crioulas



A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) realizaram entre os dias 30 de novembro e 02 de dezembro de 2016, na sede da Fetraece, em Fortaleza, o 1º Seminário Estadual Sobre Estratégias para Fortalecimento das Sementes Crioulas no Ceará. O evento contou com mais de 110 participantes escolhidos no movimento sindical cearense.
O Seminário contou com o apoio de diversos órgãos e entidades, como: Senar, Universidade Federal do Ceará (UFC), Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Gabinete do Deputado Estadual Moisés Braz e a Federação dos Trabalhadores/as na Agricultura do Piauí (FETAG-PI).


Confira encaminhamentos tirados durante o Seminário:  

1. Introduzir o Programa de Valorização das Sementes Crioulas no Ceará na pauta do Sistema CONTAG/FETRAECE/Sindicatos.

2. Implementar o Programa de Valorização das Sementes Crioulas no Ceará, pautado na formação, nos intercâmbios e na troca de sementes e na estruturação das Casas de Sementes Crioulas nas Comunidades Rurais, visando ampliar a produção e a troca do conhecimento entre os/as agricultores/as familiares e as lideranças sindicais, comunitárias, associativas, cooperativas e os técnicos das ONGs e da academia e os representantes dos poderes executivo e legislativo municipal, estadual e federal, comprometidos a valorização e a preservação da vida.

3. Diagnosticar as Casas de Sementes e as instituições que trabalham com Sementes Crioulas no Ceará e desenvolver e hospedar no âmbito do portal da FETRAECE, o BANCO DE DADOS do Programa de Valorização das Sementes Crioulas no Ceará, exclusivo e acessível ao Sistema CONTAG/FETRAECE/Sindicados, as Casas de Sementes e as entidades parceiras envolvidas na implementação deste Programa. 

4. Implantar um Banco Estadual de Sementes Crioulas interligando os municípios e garantindo a guarda das variedades mapeadas pelo Programa de Valorização das Sementes Crioulas no Ceará. 

5. Estimular os agricultores/as familiares experimentadores a realizarem com o apoio da academia e de outras organizações participantes do Programa de Valorização das Sementes Crioulas no Ceará: o diagnóstico, a seleção, a caracterização e o registro das variedades de sementes crioulas estratégicas para Agricultura Familiar cearense.

6. Lutar pela reformulação da legislação que regulamenta a implementação do Programa Hora de Plantar do Governo do Estado do Ceará, executado sob a coordenação da Coordenadoria de Desenvolvimento da Agricultura Familiar da Secretaria do Desenvolvimento Agrário, visando fortalecer as Casas de Sementes e garantir a aquisição das sementes que são distribuídas para a Agricultura Familiar cearense.

7. Promover a formação dos/as agricultores/as familiares das Casas de Sementes vinculadas ao Programa de Valorização das Sementes Crioulas no Ceará, que se propõe a produzir sementes crioulas certificadas.

8. Trabalhar a formalização das Casas de Sementes e a organização dos registros dos/as agricultores/as familiares filiados/as para a produção de provas dos/as associados/as junto ao INSS e outros órgãos.

9. Realizar o 2º Seminário Estadual sobre Sementes Crioulas e o 1º Festival Estadual sobre Sementes Crioulas em 2017.

10. Divulgar as Sementes Crioulas nas Feiras da Agricultura Familiar.

11. Adotar o termo Casa de Sementes para caracterizar os espaços de guarda das sementes vinculadas as organizações envolvidas na implementação do Programa de Valorização das Sementes Crioulas no Ceará.

12. Disponibilizar um espaço nos Sindicatos e na FETRAECE para acomodação e exposição de variedades crioulas e divulgação de informação sobre o tema para os interessados.

13. Os participantes do seminário sugeriram que o Sistema CONTAG/FETRAECE/Sindicatos pautem a implementação de um novo modelo de crédito rural para o semiárido brasileiro, capaz de promover a transição agroecológica, a convivência com o semiárido e o desenvolvimento rural sustentável e solidário.

14. Os participantes do seminário sugeriram que o Sistema CONTAG/FETRAECE/Sindicatos pautem a implementação do Programa Cearense de Produção de Energias Renováveis pela Agricultura Familiar, visando a geração de renda para a Agricultura Familiar e a promoção do desenvolvimento rural sustentável e solidário.


Confira clicando (AQUI) a programação do evento e os nomes dos/as palestrantes

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Assessoria de Comunicação da Fetraece

Fetraece participa de evento na sede do Governo do Ceará sobre segurança hídrica


O Governo do Estado do Ceará realizou na manhã de sexta-feira (2), no Palácio da Abolição, em Fortaleza, um grande evento para tratar sobre a segurança hídrica no Ceará. A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece) foi representada no encontro por uma comitiva formada por dirigentes sindicais de sindicatos filiados, liderados pelo presidente da Federação, Luiz Carlos Ribeiro Lima, que participou da mesa de autoridades. A solenidade contou ainda com a presença de 130 prefeitos (entre atuais e eleitos), autoridades do Estado, deputados, conselheiros comunitários, produtores rurais, representantes de outras instituições da sociedade civil. O governador Camilo Santana apresentou as ações de segurança hídrica para amenizar os efeitos do quinto ano consecutivo de chuvas abaixo da média histórica.

Durante apresentação, Camilo Santana relatou que ao longo de 2015 e 2016, foram perfurados mais de 2,8 mil poços, construídos 330 km de adutoras de norte a sul do Ceará, instalados 550 chafarizes e 191 sistemas de dessalinização de água. Durante a solenidade, embalada pela apresentação do músico Waldonys, também foram entregues três novas máquinas perfuratrizes que vão intensificar o trabalho de perfuração de poços no Interior.

O chefe do Executivo destacou a importância do engajamento de todos. "Tudo que tem sido pedido sobre a questão da água eu tenho atendido, pois para mim é nossa grande prioridade. Temos trabalhado sempre na perspectiva de que vai dar certo, vamos conseguir conviver com a seca. Eu sei o que os prefeitos enfrentam no interior e agradeço essa mobilização. Essa é uma ação que deve ser independente de partido, todos temos que estar unidos, iniciativa privada, meios de comunicação, que as instituições façam trabalho de conscientização para evitar o desperdício. É um esforço coletivo em nome do Ceará", disse.


Novas perfuratrizes

Com as três novas máquinas perfuratrizes, chega a cinco o número de comboios já recebidos pela Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra). Ao todo, serão adquiridos 19 comboios, cada um com uma máquina perfuratriz, compressor e caminhão de apoio. Os equipamentos vão reforçar o programa de construção de poços profundos no Interior. Essas novas máquinas são próprias para perfuração de poços em regiões de solo com embasamento cristalino, predominante nos sertões cearenses. Esses primeiros conjuntos tiveram preço de R$ 1,8 milhão cada.


Reúso de água

Neste ano, a Assembleia Legislativa aprovou mensagem que isenta de ICMS todos os equipamentos que fazem o reúso de água. A mensagem, entregue pessoalmente pelo governador Camilo Santana aos parlamentares, disciplina a política estadual de reúso de água que deve ser feito de forma planejada, regulada e sustentável, garantindo condições adequadas de proteção à saúde pública e integridade dos ecossistemas e um desenvolvimento econômico equilibrado. O Projeto São José III, executado pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário, já implantou 15 sistemas de reúso de água e, até o final de 2017, serão mais de 70 sistemas em diversas comunidades do Ceará. O investimento é de R$ 195.378,66.


Plano de Segurança Hídrica da RMF

Lançado dia 26 de julho de 2016, o plano engloba uma série de ações em fase de execução ou que deverão ser implementados de forma emergencial até março de 2017. As medidas apresentadas têm o objetivo de reduzir em 20% o consumo de água até a próxima quadra chuvosa. Com investimentos previstos em R$ 64,1 milhões do Estado, o plano inclui: reforço no combate às perdas; perfuração de poços em prédios públicos e áreas de abastecimento crítico; perfuração de Poços no Pecém; aproveitamento do Sistema Hídrico do Cauípe; aproveitamento do açude Maranguapinho; sistema de reúso da lavagem dos filtros da ETA Gavião; implantação dos sistemas de captação pressurizada no Gavião; uma adutora de água tratada para reforço do abastecimento de Aquiraz; revisão da Tarifa de Contingência; redução da oferta de água em 20% para as indústrias da RMF; plano de comunicação.


Transposição do Rio São Francisco

Com as reservas nos mais baixos níveis já registrados, o Ceará tem nas águas do São Francisco uma maior garantia hídrica. No entanto, como a principal empreiteira que tocava as obras do Eixo Norte alegou problemas de ordem econômica e abandonou a obra, o Governo do Ceará vem defendendo soluções para a retomada das obras do Eixo Norte. As medidas foram descartadas pelo Ministério da Integração Nacional, que decidiu pela realização de novo certame licitatório. Os dois eixos (Norte e Leste), quando concluídos, permitirão captar a água, que percorrerá por 477 quilômetros de canais.


Cinturão das Águas

É uma das grandes intervenções para aumentar a garantia do abastecimento humano no Sertão cearense e tornar mais eficiente a condução das vazões para 3,5 milhões de habitantes da Região Metropolitana de Fortaleza. Vai permitir a transferência de vazões excedentes da transposição do Rio São Francisco não apenas para o Açude Castanhão, mas também para o Açude Orós, incrementar a garantia do suprimento de água para irrigação, ensejando a exploração de 10.200 hectares, propiciar o uso sustentável da água subterrânea do maior aquífero do Ceará. O Trecho I, com extensão de 146 quilômetros, vai beneficiar mais de um milhão de pessoas, atendendo diretamente às cidades de Jati, Brejo Santo, Porteiras, Abaiara, Missão Velha, Barbalha, Crato, Nova Olinda, Milagres, Farias Brito, Lavras da Mangabeira, Iguatu, Icó, Orós, Mauriti, Aurora, Cariús e Quixelô.


Assessoria de Comunicação da Fetraece com informações do Governo do Estado 

Protagonismo da Juventude Rural


 
Juventude na luta por sucessão rural: nenhum direito a menos! Esse é o lema da 3ª Plenária Nacional de Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, a ser realizada de 29 de novembro a 2 de dezembro de 2016, em Brasília, reunindo mais de 400 jovens, entre eles(as) dirigentes sindicais, membros das Comissões Estaduais de Jovens, sócios(as), participantes do Programa Jovem Saber e dos itinerários formativos da Escola Nacional de Formação da CONTAG (ENFOC).
 
A plenária tem um caráter propositivo, avaliativo, formativo e organizativo, bem como visa organizar a participação da juventude nas etapas preparatórias para o 12º Congresso Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (12º CNTTR), que acontecerá em março de 2017. Portanto, durante quatro dias, a Plenária terá como objetivos centrais fazer com que os(as) jovens debatam temas estratégicos, diante da conjuntura nacional e dos desafios para a agricultura familiar, a partir da perspectiva da juventude trabalhadora rural brasileira e do fortalecimento das lutas do MSTTR; orientar e qualificar a participação dos(as) jovens nos processos de preparação e realização do 12º CNTTR; propor estratégias de fortalecimento da organização juvenil no MSTTR e das lutas sindicais; e definir agenda estratégica em defesa das políticas públicas para a juventude e sucessão rural.
 
Além disso, a programação conta com momentos de análise de conjuntura, apresentação de experiências protagonizadas pela juventude rural nos estados, e painéis sobre sucessão rural, trajetória e novos desafios na organização juvenil no sindicalismo. Todos esses debates convergem para fortalecer a organização e luta da juventude rural em defesa dos direitos conquistados pela classe trabalhadora. Como afirma a secretária de Jovens da CONTAG, Mazé Morais: “defendemos um campo com jovens, com qualidade de vida para a promoção de sucessão rural. Repudiamos o atual cenário de retrocessos que vem sendo imposto pelo Executivo e Legislativo nacional, que afetará as camadas populares, em especial das populações do campo. Por isso, a nossa Plenária lança o grito de: nenhum direito a menos!”
 
Estão previstos o lançamento do livro “Juventude rural e sua caminhada na CONTAG” -que traz a trajetória de lutas e conquistas dos jovens trabalhadores e trabalhadoras rurais do MSTTTR-, e uma exposição fotográfica para celebrar os 15 anos da Comissão Nacional de Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (CNJTTR).
 
A realização da Plenária Nacional de Jovens está sendo antecedida pelas etapas estaduais, que já estão dando o tom do que a juventude irá propor e lutar no Congresso da CONTAG, que ocorrerá em março de 2017.
 
“A 3ª Plenária Nacional de Jovens é um momento muito importante para o MSTTR de preparação para o 12º Congresso da CONTAG. A juventude presente terá a oportunidade de pautar as demandas e rumos estratégicos para as lutas sindicais do próximo período. Sem dúvida alguma, será um momento rico, de fortalecimento da juventude rural e do Movimento Sindical, de entusiasmo e disposição para a luta”, disse, com bastante expectativa, Mazé Morais.
 
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Verônica Tozzi

Assalariados(as) Rurais, Finanças, Políticas Sociais e Terceira Idade reúnem Coletivos Nacionais em Brasília

 
 
A semana de 21 a 25 de novembro será bem intensa em Brasília, na sede da CONTAG, com a realização das reuniões de Coletivos Nacionais e do Conselho Deliberativo. Na manhã desta segunda-feira (21), foram iniciados os Coletivos de Assalariados(as) Rurais, Finanças e Administração, de Políticas Sociais e de Terceira Idade. Na terça-feira (22), ocorrerá a reunião da Comissão Nacional de Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (CNJTTR) e, de quarta até sexta-feira, será realizada a assembleia do Conselho Deliberativo da CONTAG, com a presença de representantes das 27 Federações filiadas.
 
ASSALARIADOS(AS) RURAIS
 
São dois dias (21 e 22 de novembro), dedicados para refletir, debater e construir proposições referentes a vários temas específicos da categoria de assalariados(as) rurais, a exemplo das Negociações Coletivas, Cursos de Formação, Comissões de Governo, Seminário Nacional dos Assalariados(as) Rurais, incidência no 12º Congresso da CONTAG, Organização Sindical dos Assalariados(as) Rurais, Desafios da organização e representação dos assalariados(as) rurais e, Projeto de Lei: Trabalhador Diarista e Regulamentação do Trabalho Rural, dentre outros projetos.
 
Na abertura do Coletivo, o foco central foram as propostas de flexibilização da Legislação Trabalhista que estão em pauta no Congresso Nacional. “Temos o desafio de conversarmos em unidade com representantes de Sindicatos e Federações da CONTAR e CONTAG sobre o nosso futuro, pois estamos passando por um processo de evolução na luta do assalariamento rural no Brasil. Um novo cenário que já nos impõe fazer o enfrentamento aos retrocessos trabalhistas impostos pelo governo Temer e lutarmos contra a mudança da legislação trabalhista em pauta Congresso Nacional. Momento que também nos convida para refletir sobre o atual momento da Organização Sindical dos assalariados(as) rurais e da Agricultura Familiar”, enfatizou o secretário de Assalariados(as) Rurais da CONTAG, Elias D’Angelo Borges, em sua fala de abertura. A previsão é que o último Coletivo de Assalariados(as) Rurais aconteça no final de janeiro ou início de fevereiro de 2017.
 
FINANÇAS E ADMINISTRAÇÃO
 
A sustentabilidade político-financeira do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) é o principal tema do Coletivo de Finanças e Administração da CONTAG, que reúne de hoje (21) até quarta-feira (23) cerca de 40 representantes das Federações de todas as regiões do Brasil. Os participantes discutirão nesses três dias as propostas de implementação do Orçamento Sindical Participativo (OSP), o balanço parcial da atual gestão da CONTAG e outros encaminhamentos sobre os temas relativos ao MSTTR. Na manhã de hoje, o secretário de Finanças e Administração da CONTAG, Aristides Santos, realizou uma análise do cenário interno do movimento sindical e, também, do cenário externo e como este se articula com a luta atual e futura dos(as) trabalhadores(as) rurais.
 
"Os desafios para os próximos anos são muito grandes, pois temos um governo federal impopular e um Congresso Nacional conservador, que não se importam com o descontentamento do povo e vão impor medidas que tornaram a vida dos(as) trabalhadores e trabalhadoras rurais ainda mais difícil. Precisamos trabalhar mais intensamente na mobilização da base, que parece não se dar conta das ameaças aos nossos direitos. Também é necessário trabalhar juntos para manter o Movimento Sindical fortalecido em um momento político tão adverso. Sabemos que podemos resistir, porque já passamos por uma ditadura militar, mas cada momento apresenta os próprios desafios", afirmou Aristides Santos.
 
POLÍTICAS SOCIAIS
 
Os secretários(as) e assessores(as) de Políticas Sociais da CONTAG e das Federações estão reunidos no Coletivo para tratar de diversos temas nos próximos dois dias. Hoje (21), pela manhã, foi feita a abertura política e debatidos temas específicos da Secretaria nas suas quatro principais áreas de atuação. A Previdência Social tratou do CNIS; a Educação do Campo debateu a Medida Provisória 746/2016 (Reforma do Ensino Médio) e ocupação nas escolas (criminalização dos movimentos e repressão dos/as estudantes); a Proteção Infanto-Juvenil discutiu o Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil e a eleição do Conanda; e a Saúde tratou do Convênio Mais Médicos e da 3ª Marcha em Defesa do SUS. À tarde, foi programado um momento importante, em conjunto com o Coletivo de Terceira Idade, para tratar de reformas em curso pelo governo federal, como a PEC 55 (ex PEC 241), a reforma da Previdência Social e a Medida Provisória 739/2016 (revisão de benefícios por incapacidade). Na terça-feira (22), o tema central será sobre as Políticas Sociais no atual contexto e rumo ao 12º CNTTR, com debate e trabalho de grupo. O Coletivo será encerrado com a apresentação dos trabalhos de grupo e com encaminhamentos finais.
 
“A programação deste Coletivo está bem ampla, com muitos temas a serem tratados. E está bem desafiador a partir da atual conjuntura. Nós participamos da construção de muitos avanços. Agora, estamos vivendo a ameaça de retrocessos. E não preparamos a nossa base para fazer esse enfrentamento, e estamos sendo afetados na educação, na saúde, na previdência e na habitação. Nós temos um papel importante de defesa dos trabalhadores e trabalhadoras rurais e, nesse sentido, precisamos fazer uma profunda reflexão sobre como o MSTTR irá superar esse momento de dificuldade, de criminalização dos movimentos sociais, e discutir estratégias para agir”, analisou o secretário de Políticas Sociais da CONTAG, José Wilson Gonçalves.
 
TERCEIRA IDADE
 
O Coletivo Nacional de Terceira Idade iniciou com uma mística de integração e apresentação dos(as) participantes. Em seguida, a secretária de Terceira Idade da CONTAG, Lucia Moura, e a secretária de Mulheres, Alessandra Lunas, fizeram uma breve abertura política destacando as expectativas com esta reunião. Ainda pela manhã, foram dados alguns informes pelas Federações e foi apresentado o Edital a ser lançado, até o final do ano, pelo Fundo Nacional do Idoso (FNI). A tarde deste primeiro dia será em conjunto com o Coletivo de Políticas Sociais para tratar dos impactos das medidas de reformas anunciadas pelo governo federal. Amanhã (22), a programação começará com o lançamento do vídeo e com a avaliação da 2ª Plenária Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da Terceira Idade. À tarde, haverá um debate sobre a participação dos(as) trabalhadores(as) rurais da 3ª Idade no 12º Congresso da CONTAG (12º CNTTR), sobre os caminhos percorridos pelas Secretarias de Terceira Idade e desafios para 2017, avaliação do Coletivo, encaminhamentos e encerramento.
 
“Bem-vindos e bem-vindas ao nosso Coletivo depois da realização da nossa Plenária Nacional, que foi bem desafiadora. Ainda não fizemos uma avaliação no âmbito do Coletivo, mas adianto que foi bem positiva em conteúdo, participação e não houve problemas. E já reconheço que foi importante a contribuição de todos(as) vocês. Estamos com grandes expectativas para as discussões, avaliação e trabalhos para esses dois dias de reunião”, destacou Lucia Moura.
 
 
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Verônica Tozzi, Barack Fernandes e Lívia Barreto