"Como seriam venturosos os agricultores, se conhecessem / os seus bens!"

"A agricultura é a arte de saber esperar."Douglas Alves Bento

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Da luta eu não fujo

 
FOTO: Assessoria de Mulheres da CONTAG

"Plantamos, colhemos, somos mães, somos donas de casa, somos esposas, somos dirigentes sindicais, somos lutadoras, somos o grito da Marcha das Margaridas...."
 
 
Inúmeras histórias passaram a ser contadas nas últimas décadas sobre as mulheres... Porém  uma coisa é certa: boa parte delas falam do contexto de exploração e dominação em que se encontravam  e encontram as mulheres.  Falam de desafios que as mulheres ainda precisam ultrapassar, como: o enfrentamento a pouca representatividade no Congresso Nacional, mesmo sendo a grande maioria do eleitorado brasileiro; menor salário, mesmo com mais estudo que os homens; entre outras injustiças sentidas e vivenciadas todos os dias.
 
 
Da labuta da roça até a partição no Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR), a trajetória das mulheres também é marcada por histórias de superação e garra. Antes dependentes dos maridos como sócias, hoje elas querem mais! Querem PARIDADE!!! Querem ter espaço de decisão política de forma igualitária entre mulheres e homens.
 
 
PARIDADE já aprovada, de forma unânime, no 11º Congresso Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da CONTAG, realizado em 2013, que confirmou a importância estratégica de seu exercício para consolidar relações igualitárias no MSTTR. 
 
 
Uma demonstração efetiva de que o MSTTR  que é capaz de promover a Marcha das Margaridas, a maior mobilização de mulheres trabalhadoras rurais do mundo, precisa ser coerente e enfrentar o desafio de renovar as práticas sindicais com igualdade de gênero, com as mesmas convicções e princípios os quais, com tanto êxito, tem defendido e pleiteado em outros espaços da sociedade e do governo, visando, numa perspectiva classista, o fortalecimento da democracia, igualdade e justiça.
 
A luz de todos esses desafios ainda por serem enfrentados,  seguem por todo o Brasil as Plenárias Regionais de Mulheres da CONTAG. Esta semana o debate aconteceu na Região Nordeste, com as secretárias de Mulheres dos 9 estados que integram a região (Bahia, Maranhão, Piauí, Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe, Paraíba e Pernambuco, estado que recebeu as companheiras, no CESIR da Fetape, localizado na cidade de Carpina-PE). 
 
 
“A Plenária de Mulheres é um momento ímpar na história do Movimento Sindical. Estamos pautando questões da nossa trajetória de vida política, rememorando a história linda, de luta  e conquista  das mulheres. Muitas vezes, marcada por fatos tristes, mas também de avanços. Somos resistentes! Vamos entrar 12 Congresso da CONTAG preparadas com a discussão da paridade, afirmando que não é por número, mas pela nossa condição igualitária de asseguramos  conjuntamente os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. A cada conquista nossa vem outros desafios, precisamos resistir para continuarmos avançando”, ressalta a secretária de Juventude Rural da CONTAG, Mazé Morais, que também já contribuiu com o debate da Plenária de Mulheres do Centro-Oeste.
 
 
A Plenária de Mulheres do Nordeste foi marcada por reflexões em torno dos desafios que precisam ser superados para consolidar o exercício pleno da paridade dentro do MSTTR; feito um balanço político da participação das mulheres ao longo dos 53 anos da CONTAG; entre outros pontos que dialogam com a inserção efetiva das mulheres no universo sindical. 
 
“A Plenária foi excelente e gratificante para todas as mulheres da região nordeste. Um momento de refletir e fazer uma caminha pela história das mulheres que chegaram no MSTTR com bastante resistência e desafios, mas acima de tudo, com bastante esperança. A Plenária é um grande evento que temos para aprofundarmos o debate sobre o rumo que queremos enquanto mulheres. Aqui é um espaço de somar força, para seguirmos multiplicar ele nos nossos estados”, Lina Martins, secretária de Mulheres da Fetaema.
 
“Atingimos o propósito da Plenária, que também é uma preparação nossa para Plenária Nacional de Mulheres e para o Congresso da CONTAG, onde uma grande conquista vai ser implementada que é justamente a paridade. Ainda temos que enfrentar nos nossos estados a discussão, para que no Congresso possamos dizer que não só a CONTAG cumpre a paridade, mas que as Federações do Nordeste entendem também que a paridade não é só número, mas é demarcar território, é afirmar que estamos nesse lugar por uma construção política e que temos a capacidade de contribuir com o MSTTR”, reafirma a importância da paridade, Adriana Nascimento, da Coordenação Regional Nordeste da CONTAG.
 
 
“Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade”... “da luta eu não fujo”, Maria Margarida Alves,  de Alagoa Grande-PB, do Nordeste do Brasil.
     
 
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Barack Fernandes

Nenhum comentário:

Postar um comentário