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"A agricultura é a arte de saber esperar."Douglas Alves Bento

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Crise no setor de laticínios do Rio Grande do Sul: Produtores, o grupo mais prejudicado


FOTO: Gerardo Iglesias

 Desde novembro passado, milhares de produtores leiteiros do Rio Grande do Sul deixaram de receber da empresa Lácteos Brasil (LBR) o pagamento de sua dívida, e a crise foi se espalhando pela cadeia de produção. A Rel conversou com Néstor Bonfati, dirigente da Federacão de Trabalhadores da Agricultura do Rio Grande do Sul (FETAG-RS).

“A situação é grave. A LBR (Parmalat) está em recuperação judicial neste momento, portanto não houve ainda nenhum tipo de resposta com relação à dívida que a empresa mantém com os produtores há meses”, informou Bonfati.

A dívida supera o milhão de reais, uns 400 mil dólares, e afeta milhões de agricultores familiares do RS.

“A esta situação, soma-se o fato de os transportadores intermediários entre os produtores e as empresas da região sul do Brasil estarem adulterando o leite, o que foi descoberto em uma inspeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), agravando ainda mais a crise no setor”, assinalou.

Bonfati acrescentou que “na região de Santa Rosa, cerca de 200 produtores de leite tiveram que jogar leite fora porque não havia quem recolhesse o leite e nem como armazená-lo. Isto não afeta apenas o Rio Grande do Sul, mas também os estados vizinhos que recebem o excedente da produção gaúcha”.

A FETAG-RS vem acompanhando os produtores em suas mobilizações nos diferentes municípios e oferecendo-lhes assessoria jurídica para conseguir que lhes paguem o que devem pela produção que já foi entregue.

“A situação é complicada porque gerou uma reação em cadeia da dívida. A LBR deve à Promilk e esta deve a outra empresa, que deve a outra empresa, que não pagam aos produtores, que são o último grupo e o mais prejudicado”, destacou o dirigente.

“Os sindicatos filiados à FETAG estão trabalhando junto aos produtores em busca de soluções para amenizar os efeitos negativos desta dívida em cadeia originada pela LBR, e que está se espalhando para as outras empresas de médio e pequeno porte”, finalizou.


FONTE: Rel-UITA - Amalia Antúnez, tradução de Luciana Gaffrée

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