"Como seriam venturosos os agricultores, se conhecessem / os seus bens!"

"A agricultura é a arte de saber esperar."Douglas Alves Bento

terça-feira, 22 de março de 2016

Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo discute situação de conflitos agrários em MT

 
FOTO: Wallace Dutra

A crítica situação de conflitos agrários existentes em várias regiões de Mato Grosso foi debatida durante reuniões da Comissão Nacional de Combate a Violência no Campo, que ocorreram terça (15.03) e quinta-feira (17.03) em Cuiabá.
O diretor de Política Agrária da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Mato Grosso (FETAGRI-MT), Divino Martins de Andrade, participou da reunião e cobrou a intervenção dos órgãos competentes a suspensão de liminares que envolvem a ordem de reintegração de posse várias áreas no estado.
Uma das situações citadas pelo sindicalista é nas Fazendas Formosa, Guanandy, Pary e Morro Pontudo, situadas em Alto Paraguai, de propriedade de Furnas S.A, e que estão ocupadas por trabalhadores rurais sem terras.
Em Feliz Natal, região norte, a cobrança envolve a ordem de integração de posse da fazenda Baldemo.
Outra área em disputa é na fazenda Araçatuba, em Nova Ubiratã, que tem atualmente 150 famílias acampadas nas margens da fazenda. Conforme o secretário da FETAGRI-MT, já ficou comprovado pelo Programa Terra Legal que a área é de propriedade da união federal, entretanto, a Vara Especializada Agrária expediu mandato de despejo.
Já em Novo Mundo, cerca de 64 famílias foram despejadas da fazenda Araúna, localizada na Gleba Nhandu e estão tendo prejuízos. Eles haviam plantado mais de 50 mil pés de bananas, que já estavam produzindo, mas que agora estão sendo exploradas pelo ocupante da área. A plantação seria uma forma de sustento e busca de geração de renda para as famílias que ali estavam acampadas. Representantes do Terra Legal informaram que o processo já se encontra na Justiça Federal em Sinop, aguardando decisão do juiz.
Na quinta-feira, dia 17, foram discutidas as situações dos municípios de Nova Ubiratã (acampamento das famílias que almejam desapropriação da fazenda Centro da Mata), Nossa Senhora do Livramento (conflitos dos quilombolas de Mata Cavalo), União do Sul (conflito entre acampados e ocupantes da gleba Macaco), Santa Carmem (vistoria na fazenda Camararé I e II), Juara (famílias despejadas do Projeto de Assentamento Vale do Arinos).
Ao final da reunião, Divino enfatizou as autoridades presentes a injustiça que ocorre no Brasil, como destaque em Mato Grosso, quando se refere a questão da reforma agrária. “Muitos dizem serem defensores da reforma agrária, mas não é isso que estamos vendo atualmente. Nossos trabalhadores estão sofrendo cada vez mais debaixo de lonas e acampados em beiras de rodovias, sem nenhuma estrutura, enquanto grandes latifundiários exploram áreas da união, que poderiam beneficiar milhares de agricultores. E não estamos vendo uma resposta concreta do Poder Judiciário”, lamentou.
Estiveram presentes nas reuniões o Ouvidor Agrário Nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho, diretor agrário do Instituto de Terras de Mato Grosso (INTERMAT), Diogo Marcelo Delben, Delegado Federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário em Mato Grosso, Nelson Borges de Barros, representante do Programa Terra Legal, Dieter Metzner,superintendente do Incra em Mato Grosso, Giuseppe Serra Seca Vieira, ouvidor agrário regional, Marco Antônio Rocha e Silva, representante da Polícia Militar, Tenente Coronel Paulo Serbija, Delegado da Polícia Civil, Luciano Inácio da Silva, representante do Ministério Público Federal do Distrito Federal, Ivan Cláudio, representante da presidência do INCRA Nacional, Rogério Martins, representante do Ministério da Igualdade Racial, Alison Silveira Machado e o representante do comitê de acompanhamento de conflitos fundiários da Casa Militar de Mato Grosso, Eduardo Reis de Arruda.
FONTE: Assessoria de Comunicação da FETAGRI-MT - Wallace Dutra

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