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A violência e a impunidade se repetem no campo brasileiro: na
manhã de hoje (9) dois trabalhadores rurais foram assassinados em uma
ação violenta da Polícia Militar de Boa Vista (RR) na área onde estão
acampadas 720 famílias de trabalhadoras e trabalhadores rurais, na Gleba
Cauamé, nos municípios de Boa Vista e Alto Alegre, em Roraima. Além das
duas mortes, duas pessoas estão desaparecidas e quatro foram presas.
A CONTAG repudia a ação violenta e injustificada da polícia de
Roraima. Essa tragédia já era previsível, uma vez que a CONTAG já havia
denunciado as ameaças, assim como também solicitado providências junto
ao INCRA, Ouvidoria Agrária Nacional, ao Programa Terra Legal e às
autoridades locais.
Há cerca de duas semanas foi realizado um acordo entre o INCRA, o
Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima), representantes
do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a CONTAG e a Federação
dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Roraima (FETAG-RR) para
que os acampados e acampadas permanecessem em segurança na área, desde
que não organizassem nenhum tipo de divisão da terra enquanto aguardam a
decisão sobre a destinação do imóvel em questão. Os(as) acampados(as)
foram surpreendidos(as) com a ação da polícia, que quebraram, assim, o
acordo.
De acordo com a presidente da FETAG-RR, Maria Alves, há pistoleiros
fazendo ameaças aos acampados (as) diariamente. A dirigente relatou
ainda que, na última sexta-feira (4 de março), a Empresa de
Desenvolvimento Urbano e Habitacional da Prefeitura de Boa Vista e a
Guarda Civil Municipal de Boa Vista, em grande aparato, encapuzados e
armados, destruíram com extrema violência e fortes ameaças aos
trabalhadores, juntamente com seus móveis e pertences, e não lhes deram
sequer a oportunidade de retirá-los.
Para agravar ainda mais o terror, ameaçaram tirar as crianças de
seus pais para entregá-las ao Conselho Tutelar, deixando-as apavoradas,
além de demonstrar total desrespeito às mulheres, idosos e enfermos.
A terra que está sendo reivindicada há anos pelas 720 famílias
trata-se de uma área pública federal, terras da União , que no passado
já foi destinada para reforma agrária, mas, devido a irregularidades
envolvendo políticos do estado e até mesmo funcionárias (os) do INCRA e
imobiliárias, segue sem cumprir o seu real papel, que é o de garantir o
assentamento definitivo dos trabalhadoras e trabalhadores rurais para
que possam viver com dignidade, ou seja, dando o real cumprimento da
função social da terra.
“Diante do agravamento do clima de tensão na região, reivindicamos
com urgência a regularização fundiária da área visando o assentamento
definitivo das famílias, única forma de solucionar os conflitos e trazer
a paz na região”, afirma Maria Alves.
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FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Lívia Barreto | ||
sexta-feira, 11 de março de 2016
CONTAG repudia ação violenta que resultou na morte de dois trabalhadores rurais em Roraima
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