A Fetag-PB, representada por seu secretário da Agricultura
Familiar, Assis Firmino, participou no último dia 15, de uma sessão
especial na Câmara Municipal de João Pessoa, para a entrega da “Comenda
Margarida Maria Alves” a líder camponesa Elizabeth Teixeira. Aos 90
anos, Elizabeth Teixeira continua sendo um dos principais símbolos da
luta pela terra, não apenas na Paraíba, mas em todo o Brasil. A
propositura da homenagem foi do vereador Fuba.
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado da Paraíba
(Fetag-PB), representada por seu secretário da Agricultura Familiar,
Assis Firmino, participou no último dia 15, de uma sessão especial na
Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), para a entrega da “Comenda
Margarida Maria Alves” a líder camponesa Elizabeth Teixeira.
Aos 90 anos, Elizabeth Teixeira continua sendo um dos principais
símbolos da luta pela terra, não apenas na Paraíba, mas em todo o
Brasil. A propositura da homenagem foi do vereador Fuba (PT).
“Foi muito sofrimento e muita luta pela terra mas hoje estou aqui
recebendo esta homenagem e só tenho a agradecer por tantas pessoas
lembrarem da minha pessoa e de toda minha trajetória de luta pela
Reforma Agrária em nosso país”, agradeceu a homenageada, Elizabeth
Teixeira.
“Estamos aqui neste momento histórico para homenagear uma grande
mulher que representa o Movimento Agrário do nosso país. É uma honra
prestar esta homenagem com uma Comenda que tem o nome de Margarida Maria
Alves, outra mulher que esteve nas mesmas lutas, no entanto, seu fim
foi trágico. As vidas de Elizabeth e de Margarida servem de inspiração
até hoje, e me sinto honrado em poder proporcionar esse momento para
Elizabeth e sua família. Esta é uma homenagem a quem tanto sofreu pelos
direitos do homem do campo”, justificou Fuba.
A representante da Comissão Municipal da Verdade, Maria Nazaré
Tavares Zenaide, exaltou a força da homenageada por nunca esmorecer
diante das dificuldades que lhe foram impostas. “Sua casa é um símbolo
de resistência e um espaço de memória de sua luta pelo homem do campo.
Se faz importante lembrar da importância da mãe Elizabeth, que teve que
se separar de seus filhos, viver na clandestinidade alfabetizando
crianças de outras famílias por 17 anos. Com muita força transformou
angústia em luta. É uma mulher que ama a Humanidade, uma pessoa
diferenciada. Nós também te amamos muito”, disse Maria Nazaré.
A coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Lúcia Guerra, falou que a
história e a luta da homenageada é uma inspiração aos que lutam nos
movimentos sociais. “Essa mulher é uma lenda viva que está entre nós
insistindo em viver. Sua luta não pode ser esquecida. Sua luta não foi
em vão e precisa continuar porque a batalha pela terra permanece”,
exortou. A representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Alane
Maria Silva, falou que a história da sindicalista deve ser mantida viva e
sempre relembrada.
Já o delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Luís
Gonzaga Júnior, disse que Elizabeth é um exemplo de vida que representa o
sindicalismo do campo no Brasil. Já a representante da Secretaria das
Mulheres do PT, Zezé Bechade, destacou que Elizabeth Teixeira é uma
referência a luta dos movimentos sociais. “Você é um marco na luta dos
movimentos sociais, da Reforma Agrária e da luta pelos direitos da
mulher”, enfatizou.
Homenageada agradece - Elizabeth Teixeira agradeceu a todos e fez
um breve relato de sua reminiscências, elencando seus infortúnios e suas
conquistas desde que assumiu a luta do marido, João Pedro Teixeira,
assassinado em 1962. “Lutei muito pela Reforma Agrária no lugar do meu
marido, João Pedro Teixeira, um homem que só lutava pelo bem e foi
assassinado. Ele sempre falava que o matariam mas que a Reforma Agraria
seria implantada em nosso país. Hoje estamos aqui e ainda não
aconteceu”, lamentou Elizabeth que relembrou sua trajetória na
clandestinidade, em São Rafael, no Rio Grande do Norte, onde teve que
viver sob outro nome e trabalhar alfabetizando as crianças da cidade.
“Eu só havia estudado até a quarta série e alfabetizei crianças que
são advogados. Conheço a história de muitas dessas crianças que me
contam que estão formados. Foi muito sofrimento e muita luta pela terra
mas hoje estou aqui recebendo esta homenagem e só tenho a agradecer por
tantas pessoas lembrarem da minha pessoa e de toda minha trajetória de
luta pela Reforma Agrária em nosso país”, agradeceu a homenageada.
A mulher marcada para viver - Nascida no dia 13 de fevereiro de
1925, no município de Sapé, Paraíba, Elizabeth Teixeira constrói sua
trajetória em meio a lutas por justiça, terra e liberdade. Sua história
já foi contada em livros, filmes, entrevistas e documentários. Com 90
anos (13/02/1925), a homenageada se sagrou a representante feminina das
lutas camponesas da metade do século passado ao ajudar a construir a
história do movimento sindical agrário brasileiro.
Ela abriu mão do conforto para viver o amor ao lado de um
trabalhador pobre e analfabeto. Junto ao marido, João Pedro Teixeira,
fundou, no município de Sapé, o maior sindicato de trabalhadores
agrários do País até então. Ela assumiu a liderança do movimento depois
do assassinato dele, em 1962. A trajetória de Elizabeth pode ser vista
no Memorial das Ligas Camponesas, fundado no antigo sítio onde a
camponesa viveu com João Pedro e os 11 filhos, no distrito de Barra das
Antas, em Sapé.
Elizabeth foi presa por várias vezes e, numa delas, retorna à casa
para se deparar com a tragédia do suicídio da filha mais velha, Marluce,
que não suportou conviver com a possibilidade de a mãe ter o mesmo
destino do pai.
Em 1964, Elizabeth Teixeira seria a personagem central do filme que
o cineasta Eduardo Coutinho pretendia fazer sobre as Ligas Camponesas.
Com a instalação do regime militar, Elizabeth é presa pelo Exército e
passa oito meses na cadeia. Na volta, precisa fugir para não ser morta.
Esconde-se na cidade de São Rafael, no interior do Rio Grande do Norte,
com apenas um dos 11 filhos – Carlos, que é rejeitado pelo avô por se
parecer muito com o pai. Passa 17 anos afastada da família, vivendo com a
identidade de Marta Maria da Costa.
Quando o cineasta Eduardo Coutinho resolve retomar as gravações de
“Cabra Marcado para Morrer”, em 1981, por intermédio de um dos filhos de
Elizabeth, Coutinho reencontra a líder camponesa e conclui o trabalho. A
viúva de João Pedro vem, então, morar em João Pessoa, no bairro de Cruz
das Armas, em uma casa que lhe é presenteada pelo próprio Eduardo
Coutinho. Depois da conclusão de "Cabra Marcado Para Morrer", Eduardo
Coutinho manteve contato regular com Elizabeth Teixeira, mas não com
seus filhos. No início de 2013, o realizador faz uma visita a Elizabeth e
sua família no Rio de Janeiro e na Paraíba. Desse encontro surge mais
uma obra do cineasta, o documentário “A Família de Elizabeth Teixeira”.
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FONTE: Assessoria de Comunicação FETAG-PB - Neudja Farias | |||
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
Elizabeth Teixeira recebe Comenda Margarida Maria Alves na Câmara Municipal de João Pessoa
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